sexta-feira

Desde...

Desde os 11 anos que sei o que não quero ser quando fôr grande...

Desde os 11 anos que me apaixonei pelo som e pelo silêncio...sim pelo silêncio, porque para mim o silêncio também é musica...Embora muita gente não concorde!

Não é por acaso, que nas primeiras aulas de solfejo que tive, conheci as seminimas e as colcheias, mas também conheci as respectivas pausas...
Desde essa altura, quando me sento no meu instrumento para tocar, tento inspirar e expirar, tocar e não tocar, pensar e não pensar, voar e aterrar, tudo sem fazer muitas contas de cabeça...
Sim, sem fazer contas, eu não sei se percebem o que estou a dizer, mas porém alguns musicos se calhar vão entender...

Desde esta altura que para mim só exitem dois tipos de musica: a “Boa” e a “Má”.

Quero com isto dizer que desde ai comecei a caminhada pelas estradas dos “som e do silêncio”, nunca mais parei e nem sei onde e quando vou parar...

Tento fazer tudo para cada vez aprender mais ... Desde sempre reconheço que os melhores professores e as melhores escolas que tive e passei foram os musicos com quem toquei e toco, os palcos por onde passei e passo, as pessoas com quem convivo e convivi, as culturas e inculturas, aquilo e aqueles que ainda vou passar e conhecer, independentemente de tudo o que nos pode aproximar ou afastar...

Desde os meus 11 anos que sei, quando fôr grande, quero fazer alguma coisa que não seja:
Cumprir o calendário, como se fosse um livro que vou ler até ao fim, mas não me apetece...
Quero usufruir deste livro que se chama “Vida”, até ao fim, aproveitando todos os capítulos, frase a frase, palavra a palavra, letra a letra...
E desde os meus 11 anos que tenho uma companheira que levo comigo, para todo o lado, até mesmo quando morrer, e com sinceridade, “ainda” não sei para onde vou...

Ela faz-me sentir bem, mais que não seja pelo facto de estar vivo e poder tê-la sempre perto de mim, porque nem sequer fico chateado de ter que ir trabalhar (como muitos ficam), afinal, quando estou a trabalhar, estou a partilhá-la com outros e sei que ela está ali porque eu quero.

2 comentários:

Luciano Barata disse...

Que excelente companheira que arranjaste... deve ser(será)consanguínea,da minha, óbviamente.
Paulo é enorme o sonho que te move.E tão simples as tuas palavras, que me chegam a arrepiar quando falas no silêncio da música.
Já sabia que representavas bem, que tocas melhor ainda e agora fiquei a saber que escreves com o coração. Parabéns! Obrigado

Anónimo disse...

No silencio faz-se musica
No silencio conta-se o tempo
No silencio adrenalina mistica
No silencio treme a alma...o corpo

É assim amigo será esse silêncio do ser e não ser que nos faz ser o ser que somos